O QUÊ?
LANÇAMENTO DO LIVRO “LIÇÕES DE
AMOR” DE JOSÉ LOUZEIRO
ONDE?
NOS
JARDINS DO PALÁCIO CHRISTO REI, PRAÇA GONÇALVES DIAS, 351
QUANDO?
18 de
DEZEMBRO de 2012 - TERÇA-FEIRA
QUE HORAS?
A PARTIR DAS 19H
O
ESCRITOR FOI HOMENAGEADO COMO PATRONO DA 4 FEIRA DO LIVRO DE SÃO LUÍS
“Lições de
amor” é o título do mais recente livro que o jornalista, escritor e roteirista
maranhense, atualmente radicado no Rio de Janeiro, José Louzeiro lançará em São
Luís no próximo dia 18 de dezembro, terça-feira, a partir das 19h. O evento
será realizado nos jardins do Palácio Christo Rei, Praça Gonçalves Dias, 351. A
obra, de cunho autobiográfico, constitui uma homenagem à professora Maria
Freitas, mestra que marcou a infância do autor. Publicado pela editora Universo
dos Livros, o lançamento conta com o apoio da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA) e da Academia Maranhense de Letras (AML), da qual Louzeiro ocupa a
cadeira n. 25.
Em novembro, José Louzeiro recebeu da AML a Medalha
João Francisco Lisboa, pelo transcurso do bicentenário de nascimento deste, um
dos patronos da centenária instituição literária Na capital maranhense,
Louzeiro também será homenageado pelos seus 80 anos de vida.
Desde cedo, o jornalismo sempre esteve presente na
vida de José Louzeiro. O primeiro emprego, aos 16 anos de idade, foi como
ajudante de revisão no jornal O Imparcial, em São Luís. Como informação para os
mais novos, e também para as pessoas alheias ao jornalismo, a revisão dos
jornais era feita em dupla: um revisor lia o original, e o outro, com mais
experiência, fazia as correções dos erros cometidos pelos compositores e/ou
linotipistas, “puxadores de linha”, como se dizia antigamente. Velhos tempos,
nos quais não havia, como hoje, computadores com possibilidade inclusive de
corrigir a ortografia. Era trabalho braçal mesmo.
Como tinha jeito para escrever, e isso aconteceu
com inúmeros grandes jornalistas que se iniciaram na profissão como revisores,
passou para a redação, na qualidade de “foca” – gíria como era chamado o
repórter no início da carreira –, lotado na editoria de Polícia do mesmo
jornal, que pertencia aos Diários Associados, comandado por Assis
Chateaubriand. Era, então, a maior rede de comunicação do país. Lá ficou até
1953. Certa vez, por causa de uma reportagem, entrou na lista negra de um dos
jagunços políticos do Estado, o que daria até mesmo um dos roteiros para cinema
que Louzeiro escreveria anos mais tarde: “JL: marcado para morrer”. Por causa
do jagunço, saiu de São Luís e exilou-se no Rio de Janeiro.
Exílio no Rio
Em 1953, aos 21 anos, quando chegou ao Rio, por não
conhecer a cidade nem ninguém que o apadrinhasse na profissão, voltou ao
estágio de “foca” na redação do extinto O Jornal, na época um dos mais
prestigiados jornais da cidade, também pertencente aos Diários Associados.
Trabalhava no turno da noite e, durante o dia, era escriturário na empresa
Oscar Flues, pertencente a um grupo alemão especializada em materiais gráficos.
O jovem maranhense continuava, assim, a viver em função do ambiente
jornal-gráfica. Começava, então, a sua saga no jornalismo carioca.
Em 1955, exerceu as funções de redator do
departamento de publicidade da Revista da Semana. Dispensado por contingência,
ficou durante algum tempo desempregado, e até mesmo sem recursos para pagar o
quarto que alugava. Por intermédio de Bolívar Costa, cearense e estudante da
Faculdade Nacional de Direito, durante dois anos morou clandestinamente na Casa
do Estudante do Brasil. Fazia as refeições na Faculdade de Direito, também como
penetra, e quase encarou o vestibular para o curso, a fim de continuar
frequentando o refeitório.
Bolívar Costa, além de estudante, escrevia para a
revista Eu Sei Tudo, do mesmo grupo que publicava a Revista da Semana. Louzeiro
considera o amigo também um dos responsáveis pela sua carreira como jornalista
e escritor. Foi quem o fez tomar gosto pela literatura e pelos estudos em torno
da literatura. Conversavam sobre temas diversos: música, teatro, cinema,
estilos literários. Muitas dessas conversas se transformaram, tempos depois, em
histórias nos livros que escreveu. Sem querer, e com a ajuda do amigo, pode-se
dizer, forjou a sua formação, juntamente com os dois anos em que frequentou
diariamente a Biblioteca da Casa do Estudante e a Biblioteca Nacional, uma
muito próxima da outra. As duas bibliotecas foram a sua “Faculdade de
Literatura”. Leu todos os livros disponíveis da literatura brasileira, russa,
francesa e americana. Eram os ambientes ideais para Louzeiro dar o pontapé
inicial e escrever o primeiro livro, ora com uma caneta de uma cor, ora com
outra, tamanha era a penúria financeira em que vivia.
Novos tempos
Em 1957, José Louzeiro passou a integrar a equipe
da redação do jornal O Dia. A partir desse ano, foi aprimorando um estilo
próprio, uma nova marca de escrever reportagens, publicadas nas páginas da Luta
Democrática, Correio da Manhã, Diário Carioca, Última Hora, Tribuna da
Imprensa, O Globo e O Radical, Manchete, Folha de S.Paulo e Diário do Grande
ABC – e tantos outros veículos aos quais dedicou mais de 25 anos de trabalho,
com ênfase na reportagem policial. O estilo de suas reportagens, realista e
polêmico, retratando a vida de forma nua e crua, poderia enquadrar-se naquilo
que nos Estados Unidos dos anos 60 chamou-se de new journalism – gênero
que extrapolou o jornal, desembocando no livro, com valor literário. Vale
destacar, entre os seus expoentes norte-americanos, Tom Wolfe, Gay Talese,
Norman Mailer e Truman Capote. No Brasil, José Louzeiro, conscientemente ou
não, adotou a mesma técnica, resultando em inúmeros romances e novelas. Era
aquilo que ficou rotulado de romance-reportagem. São narrativas de não ficção,
cuja característica é a mistura da técnica jornalística com a literária.
No início da década de 1960, ocupou a função de
editor de imagem da Encyclopaedia Britannica, no Brasil, e participou da equipe
que editou a Barsa. Logo depois, integrou o corpo de colaboradores especiais da
Delta-Larousse, cuja editoria esteve a cargo do filólogo Antônio Houaiss. De
1969 a 1971, dirigiu o Jornal do Escritor, origem para a fundação do primeiro
sindicato de escritores no Brasil. Ao mesmo tempo, por notório saber, foi
professor de Editoração e Técnicas Gráficas da Escola de Comunicação da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De 1972 a 1975, morou em São
Paulo, onde foi copidesque da Folha de S.Paulo, secretário do Diário do Grande
ABC e editor Diário da Noite e Diário de São Paulo, ambos pertencentes aos
Diários Associados. Em 1975, retornou ao Rio de Janeiro, e trabalhou no jornal
Última Hora como repórter e copidesque.
Depois de tantos anos de tempo integral e dedicação
exclusiva ao jornalismo, Louzeiro afastou-se do dia a dia das redações.
Continuou, no entanto, escrevendo artigos, reportagens, resenhas, para inúmeras
publicações: Jornal do Brasil, O Globo, Revista da Semana, Revista Vida
Infantil, Eu Sei Tudo, Manchete, Fatos & Fotos, Ele & Ela, Fatos,
Planeta, Ficção, Correio da Manhã, Diário de São Paulo, Movimento, Livro de
Cabeceira do Homem, Jornal dos Sports, O Estado do Maranhão, Diário de Notícias
(Lisboa), Revista Panorama (México), e muitas outras.
Além de atuar em jornais e editoras, exerceu
atividades diversas: presidente do Sindicato dos Escritores/RJ (1984-1987);
conselheiro do Conselho Nacional do Direito Autoral (1985-1986); membro do
Conselho de Direitos Humanos e Liberdade de Expressão da Associação Brasileira
de Imprensa (1987); membro da Academia Maranhense de Letras (a partir de 1987);
vice-presidente da Fundação de Artes do Rio de Janeiro (1992-1995);
diretor-cultural da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (2000);
vice-presidente do Sindicato dos Escritores/RJ (2001); e presidente da
Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (2001).
FONTE. IMIRANTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário