segunda-feira, 12 de novembro de 2012

@@@@@ DICA DE FILME @@@@@@@@@






RESENHA CRÍTICA DO FILME: QUANTO VALE OU É POR QUILO?
DE SÉRGIO BIANCHI

O filme retrata um pouco da realidade brasileira sem fantasias e romantismos. Toda a história perpassa em fortes momentos de incursões feitos entre o passado e o presente. Percebe-se que o autor do filme buscou enfocar esse “intercâmbio temporal” no sentido de mostrar, que no Brasil, pouco se mudou desde a época que fomos colonizados. É fácil constatar vários resquícios advindos de uma das piores atrocidades acontecidas nesse país, que é a escravidão. Tempo esse que ainda encontra vestígios quando pseudo-contratamos uma babá analfabeta para ser nossa empregada em troca de um salário irrisório, por exemplo.                                                                                                   
 O núcleo central da trama com certeza gira em torno da escravidão, o maior vilão da história, e seus males no decorrer dos séculos. Isso nos conduz a ideia de que ele não acabou e nem está perto de acabar. O que se vê é que no Brasil se construiu um abismo social pautado, dentre outras coisas, na questão da raça. Há tempos se foi aprovado a tal lei áurea, mas ela de fato não passou de um mero papel sem muitos benefícios aos negros escravizados.      
                                        
 Esse filme demonstra como os negros herdaram uma herança maldita efeito de anos de sofrimento por conta da escravidão, quando, por exemplo, há a comparação dos navios negreiros com os presídios, ou seja, são similares a partir do momento que há um tipo específico que ocupam esses ambientes: negros, pobres e jovens. Outra abordagem histórica fica por conta da figura dos capitães do mato, sujeitos outrora contratados para resgatar escravos fugidos aos seus donos. A questão é quem se assemelharia a esse personagem nos dias atuais. A meu ver os policiais hoje teriam esse papel na contemporaneidade. Saem as ruas correndo atrás e prendendo mandando direto para os presídios os navios anteriormente citados. 

                                                                                             
  Fora isso, há também a abordagem das instituições de assistencialistas de caridade como apropriação de setores da burguesia como marketing pessoal. Não que essas associações não tenham funções sociais, mas o se trata o lado ruim dela quando principalmente ela cai em mãos erradas. Quando serve para fins de promoção pessoais ou eleitoreiros, a corrupção haja vista que muitos recebem auxílios governamentais.      

Enfim, foi exposto de maneira nua e crua como as consequências de anos e mais anos de exploração e escravidão deixaram um rastro sem precedentes no Brasil da qual amarguramos seus efeitos até hoje. A questão da falta de perspectiva, violência, sub emprego, desigualdade social, racismo e a falta de comprometimento das autoridades face a esse quadro de caos social generalizado. Para finalizar enfatizo o uso dos três pês na realidade brasileira. Na era escravocrata a ordem era oferecer aos negros pão, pano e pau. Hoje, permanece essa lógica dos três pês, diferentes somente nos caracteres dos que vão para os presídios, os: pretos, os pobres e as putas.
Por saulo barreto 


 TRAILER O FILME


 



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