O tumulto foi em
um prédio da Universidade Estadual do Pará. O vigilante Rubens dos Santos
recebeu uma ordem da direção para proibir a entrada por essa portaria no turno
da noite.
Dois alunos
chegaram e foram barrados. Eles ligaram para a professora Daniela Cordovil, que
estava dentro do campus. Segundo o segurança, ela foi até o portão e começou a
ofendê-lo. “Chegou até mim e me chamou de macaco, de idiota, de guarda vestido
de palhaço”, diz Rubens dos Santos, vigilante.
Um estudante
gravou com o celular a confusão formada depois que o segurança reclamou das
ofensas da professora Daniela Cordovil.
Aluno: A senhora chamou ele de macaco, foi isso? Fala agora,
fala agora que eu tô filmando.
Professora: Palhaço! Tu é um macaco também, tu é um imbecil!
Aluno: Eu sou um macaco? Imbecil?
Professora: É um macaco! Vai chamar de crime agora?
Professora: Palhaço! Tu é um macaco também, tu é um imbecil!
Aluno: Eu sou um macaco? Imbecil?
Professora: É um macaco! Vai chamar de crime agora?
Daniela Cordovil é
professora de Ciências da Religião Afro e doutora em Antropologia. Ela foi
levada para a delegacia. A polícia registrou um termo de ocorrência por injúria
racial e encaminhou à Justiça. Se for condenada, Daniela pode pegar até três
anos de prisão e ainda pagar multa, mas a pena pode ser convertida em
indenização e prestação de serviços comunitários.
“Se ela falou
alguma coisa contra alguém, você sabe que num momento de raiva você fala alguma
coisa que não se deveria falar. Então, no momento, ela vai se reservar ao
direito de só falar em juízo”, declara Claudiomar Cardoso, advogado da
professora.
O vigilante disse
que nunca tinha passado por esse tipo de constrangimento. “Psicologicamente tô
muito afetado, não consigo dormir há dois dias, só pensando naquilo que
aconteceu”.
“A universidade
vai juntar as peças pra formalizar um processo e assim, vai ouvir a docente, o
porteiro e o aluno envolvido, e formalizar esse processo. Ela (a universidade)
não compartilha com esse tipo de discriminação e vai tomar todas as medidas
necessárias para dar uma satisfação à sociedade'', afirma Lairson Cabral,
ouvidor da UEPA.
Fonte. Jornal
Hoje
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